Loucos por Óculos: CORCOVADO

O Morro do Corcovado situa-se na cidade do Rio de Janeiro, e tem 710 metros de
altura. Segundo alguns historiadores, o nome Corcovado remonta do sec. 17, devido
à sua semelhança com uma corcova. Hoje faz parte da Floresta da Tijuca, que é a
maior floresta urbana do mundo. A floresta atual foi replantada em meados do sec. 19
por ordem do Imperador D. Pedro II. Antes do replantio, toda a área da floresta havia
sido devastada para o plantio de café e cana-de-açúcar. Devido ao desmatamento, os
mananciais de água que abasteciam a cidade – ex: um desses rios, o rio Carioca, que
nasce no próprio Corcovado, deságua na Praia do Flamengo e abastecia o Aqueduto da
Carioca (Arcos da Lapa) a partir de S. Tereza – começaram a secar. Então o Imperador
desapropriou as fazendas, e contratou um major do exército – Major Archer – que,
liderando um grupo de escravos, replantou toda a floresta.
Desde o sec. 19 que o morro já atraía pessoas a subirem a admirar a sua linda vista.
Segundo consta, o Imperador D. Pedro I liderou a 1ª expedição que abriu uma picada
até o cume do Corcovado. Foi o primórdio da estrada das Paineiras. Em 1882 D.
Pedro II manda construir a Estrada de Ferro do Corcovado, que é inaugurada em 1884.
Inicialmente o trem ia somente até as Paineiras, mas 1 ano depois foi estendida até o
cume do morro. Desde então o morro tornou-se uma grande atração turística. Duas
décadas depois, tornou-se a primeira estrada de ferro do Brasil a ser movida à energia
Desde o sec. 19 que já existiam movimentos de entidades católicas no sentido de
implantar no topo do Corcovado uma imagem sacra. Em 1922, por ocasião do
centenário da Independência do Brasil, foi feita uma grande campanha pelo país para
se arrecadar fundos para a confecção de um monumento e, neste mesmo ano, foi feita
uma cerimônia de lançamento da pedra fundamental. Foi então formada uma comissão
para analisar os diversos projetos que estavam concorrendo para a confecção do Cristo
Redentor. O projeto escolhido foi do engenheiro Heitor da Silva Costa. A estátua foi
desenhada pelo artista plástico Carlos Oswald e projetada pelo arquiteto francês Paul
Landowsky, trazido da Europa especialmente para a execução do projeto, em particular
para a construção da cabeça e das mãos. Entre muitos brasileiros ainda circula a história
errada, que diz que o Cristo tenha sido feito na França e trazido ao Brasil, além de ter
sido um presente do governo francês. De acordo com a pesquisadora Izabel Noronha,
bisneta de Heitor, o Cristo Redentor foi todo modelado no próprio Corcovado. As
únicas coisas que foram construídas na França foram os moldes da cabeça e das mãos,
porém em gesso, em tamanho natural, que foram recortadas, trazidas ao Brasil e aqui
reconstruídas em concreto armado. Segundo o historiador Milton Teixeira, o Cristo é
o primeiro monumento Art Déco do mundo. Sua estrutura é de concreto armado com
revestimento de pedra-sabão, para aguentar as variações de temperatura. Os engenheiros
Pedro Vianna da Silva e Heitor Levy foram os encarregados pela construção das partes
em concreto, que seriam levadas para montagem no alto do morro através da própria
estrada de ferro do Corcovado. Levy, que era judeu, se converteu ao cristianismo logo
em seguida. Outra curiosidade, embora não comprovada, é que seu envolvimento com a
construção do Cristo foi tão grande, que Levy colocou o nome da família em um vidro e
o misturou na massa de concreto, guardando-o na altura do coração da estátua. Na base
da estátua existe uma capela de N. S. Da Aparecida. Em 1931 o Cristo foi inaugurado,
com a presença do Presidente Getúlio Vargas e teve a Bênção do cardeal Dom Sebastião
Leme. Nos anos 1940 foi construída definitivamente a estrada de concreto para dar
acesso ao topo do morro.
É interessante citar que o conjunto paisagístico do Corcovado foi tombado pelo Instituto
de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) com exceção da estátua, o que
aconteceu somente em 2005. Nos anos 1980 a estátua foi tombada pela Prefeitura
do Rio de Janeiro, e faz parte do Parque Nacional da Tijuca, e sua conservação está sob
responsabilidade do IBAMA.
Com o crescente aumento do número de visitantes, foi iniciada em 2000 uma ampla
reforma no conjunto, que terminou em 2003, com a implantação de elevadores e
escadas rolantes até o alto do mirante, o que beneficiou os deficientes físicos. Dentro
do complexo turístico existem um grande mirante, bares, restaurantes, e lojas de
“souvenirs”, além de amplos sanitários.

Hoje o Cristo Redentor é considerado umas das 10 Maravilhas do Mundo Moderno.
Para se chegar ao Cristo, existem as opções de Vans, Ônibus, e Metrô.

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Fontes de Pesquisa: Arquivos da Prefeitura, Riotur.